Primeiro: não é uma mudança de natureza. É uma
declaração que não altera o interior de quem a recebe. Portanto, não estamos
tratando aqui da santificação que inevitavelmente ocorre na vida daqueles que
foram justificados.Por isso se chama "declaração forense". O que
opera uma mudança interior, como afirmamos, é a santificação a qual,
lembremo-nos bem, jamais será completa nessa vida. A justificação, ao
contrário, é completa, acabada, não pode ser aperfeiçoada.
Segundo: não é perdão, apesar de envolver
isso. O perdão é algo negativo, ou seja, cancela a dívida que temos com Deus,
mas a justificação é positiva, ou seja, credita a nós a justiça de Cristo, isto
é, somos consideramos eternamente justos por causa da obra vicária. Além disso,
o pecador declarado justo por Deus tem ainda o privilégio de saber
antecipadamente, hoje mesmo, que no Juízo Final não será considerada a sua
vida, mas a de Cristo, pois a justificação é também uma declaração escatológica
a seu respeito. Por isso, inclusive, a principal obra do Espírito Santo é
apontar Cristo e assim termos a certeza da realidade desse fato de que fomos
justificados somente pela graça, tão certo como mergulhamos nas águas do
batismo que representa nossa morte e ressurreição bem como a certeza cabal de
que assim como nos alimentamos dos elementos da ceia estaremos para sempre
nutridos e sustentados por Ele. Exclusivamente Cristo, do início ao fim, é a
garantia do salvo.
Se crermos na doutrina da justificação coerentemente, jamais poderemos afirmar que um filho de Deus perde a salvação. Sim, uma vez que Deus declara um pecador justificado, sua salvação é para sempre alicerçada em tal declaração divina. O filho de Deus é assim declarado justo, independentemente de suas obras, sejam elas boas ou más, ou seja, ainda que suas obras sejam as mais santas, ou, que ele incorra em graves pecados, a doutrina da justificação afirma que nada que façamos ou deixemos de fazer pode nos dar ou tirar o céu.
Se crermos na doutrina da justificação coerentemente, jamais poderemos afirmar que um filho de Deus perde a salvação. Sim, uma vez que Deus declara um pecador justificado, sua salvação é para sempre alicerçada em tal declaração divina. O filho de Deus é assim declarado justo, independentemente de suas obras, sejam elas boas ou más, ou seja, ainda que suas obras sejam as mais santas, ou, que ele incorra em graves pecados, a doutrina da justificação afirma que nada que façamos ou deixemos de fazer pode nos dar ou tirar o céu.
[...] No minuto em que uma pessoa olha para "Cristo somente" para sua salvação, dependendo da Sua vida santa e sacrifício substitutivo na cruz, naquele exato momento ela ou ele é justificado (posto em posição de justiça, declarado justo, santo, perfeito). A própria santidade de Cristo é imputada (creditada) na conta do crente, como se ele ou ela tivessem vivido uma vida perfeita de obediência - mesmo enquanto aquela pessoa continua a cair repetidamente no pecado durante sua vida. O Cristão não é alguém que está olhando no espelho espiritual, medindo a proximidade de Deus pela experiência e progresso na santidade, mas é antes alguém que está "olhando para Cristo, o Autor e Consumador da nossa fé" (Hb. 12.2). Resumindo, é o estilo de vida de Cristo, não o nosso, que atinge os requisitos de Deus, e é por Ele que a justiça pode ser transferida para nossa conta, pela fé (olhando somente para Cristo) [...]
HORTON,
Michael. O que é um evangélico? Jornal "Os Puritanos" Ano V - Número
3.
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