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quarta-feira, 20 de julho de 2011

CALVINISMO- parte 1

                         O que é o calvinismo?


     Há pouco mais de um século, mais precisamente no dia 31 de janeiro de 1892, faleceu Charles Spurgeon, o príncipe dos pregadores, um dos maiores conquistadores de almas que o mundo já viu e ouviu. O que ele pregava? Que ele mesmo responda: "a velha verdade que Calvino pregava, que Agostinho pregava, que Paulo pregava é a verdade que tenho que pregar hoje, ou, do contrário, serei falso para com a minha consciência e para com o meu Deus... O evangelho de John Knox é o meu evangelho." "Meu labor diário", declara Spurgeon, "é reavivar as velhas doutrinas de Gill, Owen, Calvino, Agostinho e Cristo."
     
     Conforme observou um contemporâneo seu, Spurgeon viveu em dias em que prevalecia uma evidente aversão e desagrado para com o calvinismo. Era uma época em que "muitos eram unânimes em afirmar que a teologia de Spurgeon era desapropriada para as necessidades e espírito dos tempos modernos." Ainda assim, o mais notável pregador do século dezenove não hesitava em declarar que não concebia pregação do evangelho que não fosse calvinista:

     Minha opinião pessoal é que não há pregação de Cristo e este crucificado, a menos que se pregue aquilo que atualmente se chama calvinismo. É cognome chamar isso de calvinismo; pois calvinismo é o evangelho e nada mais. Não creio que possamos pregar o evangelho... a menos que preguemos a soberania de Deus em sua dispensação da graça; e também a menos que exaltemos o amor eletivo, imutável, eterno, inalterável e conquistador de Jeová; como também não penso que podemos pregar o evangelho a menos que o alicercemos sobre a redenção especial e particular do seu povo eleito e escolhido, a qual Cristo realizou na cruz; e também não posso compreender um evangelho que permite que os santos apostatem depois de haverem sido chamados.


     O que é, portanto, o calvinismo? Que sistema doutrinário é este que tornou-se conhecido pelo nome do grande reformador francês do século XVI? Qual é a sua essência? Quais as suas declarações principais? Quais as objeções feitas a ele? Qual é a sua história? Ele faz justiça à revelação bíblica? Essas são as questões que procurarei responder nesse livro.


     O termo empregado para identificar as doutrinas a que Spurgeon se refere não é muito apropriado. Não porque não corresponda às doutrinas ensinadas por João Calvino, mas porque, na realidade, essas doutrinas não são subscritas apenas por ele. O calvinismo é  uma síntese das doutrinas dos reformadores, as quais, por sua vez, consistem na redescoberta da pregação apostólica do evangelho bíblico, também professadas na maioria das confissões de fé protestantes. O calvinismo deve ser definido, portanto, como consistindo puramente nas antigas doutrinas da graça. As confissões de fé das igrejas Luterana, Reformada, Presbiteriana, Anglicana, Congregacional e Batista professam, todas elas, ao menos em suas confissões de fé originais, o mesmo sistema doutrinário conhecido como calvinismo.


     O evangelho, conforme crido e proclamado pelo calvinismo, é o evangelho do Senhor Jesus, do apóstolo Paulo, de Agostinho, de Lutero, de Calvino, de Tyndade, de Latimer, de John Knox, de Parkins, de John Bunyan, de Owen, de Charnock, de Thomas Goodwin, de Flavel, de Watson, de Matthew Henry, de Watts, de Jonathan Edwards, de Whitefield, de Newton, de Toplady, de Daniel Rowlands, de Spurgeon, de Ryle, de Lloyd-Jones, de Packer, e de outros milhares que engrossam a nuvem de testemunhas dos mais fiéis, piedosos e operosos servos de Deus. Podemos estar certos de que aqueles que professam o calvinismo encontram-se em excelente companhia.
     Confio a palavra novamente a Spurgeon, o qual, ao pregar sobre a eleição - uma das doutrinas chave do calvinismo - declarou:


     Não estou pregando aqui nenhuma novidade; nenhuma doutrina nova. Gosto imensamente de proclamar essas antigas e vigorosas doutrinas que são conhecidas pelo cognome de calvinismo, e que, por certo, e verdadeiramente, são a verdade de Deus, a qual nos foi revelada em Jesus Cristo. Por meio dessa verdade da eleição, faço uma peregrinação ao passado, e, enquanto prossigo, contemplo pai após pai da Igreja, confessor após confessor, mártir após mártir levantarem-se e virem apertar minha mão. Se eu fosse um defensor do pelagianismo, ou acreditasse na doutrina do livre-arbítrio humano, então eu teria de prosseguir sozinho por séculos e mais séculos em minha peregrinação ao passado. Aqui e acolá algum herege, de caráter não muito honrado, talvez se levantasse e me chamasse de irmão. Entretanto, aceitando como aceito essas realidades espirituais como padrão da minha fé, contemplo a pátria dos antigos crentes povoada por numerosíssimos irmãos; posso contemplar multidões que professam as mesmas verdades que defendo.


                      
                           Histórico dos cinco pontos
                                      do calvinismo


                                                                        continua...
Fonte:calvinismo,as antigas doutrinas da graça.Paulo Anglada

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