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sexta-feira, 18 de maio de 2012

A definição de Eleição do Apóstolo Paulo


O ensino que Deus desde a eternidade, antes mesmo do mundo ser  criado, escolheu um número definido de pessoas para serem salvas vem da pena do Apóstolo Paulo: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo, assim como nos escolheu nele antes da fundação do mundo, para sermos  santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade” (Ef. 1:3-5). Essa declaração é impressionante e merece nossa análise cuidadosa. Somos informados que Deus o Pai nos abençoou, isto é, cristãos ou crentes, com toda bênção espiritual. Essas bênçãos são designadas como espirituais porque são derivadas do Espírito Santo, que aplica a obra perfeita de redenção às nossas a
lmas. Quando Paulo diz  “toda sorte de bênção espiritual... em Cristo” ele quer dizer que cada aspecto da redenção que Jesus realizou para o seu povo (justificação, santificação, adoção, glorificação) é nossa (isto é, dos  crentes verdadeiros).

No versículo quatro chegamos à seção da declaração de Paulo que é controversa. Paulo diz que todas as bênçãos da salvação que os crentes possuem, tem sua origem no amor eletivo de Deus o Pai. A eleição divina é a fonte ou origem da salvação de cada cristão. A palavra escolher (grego,  exelexato) significa eleger. Deus nos elegeu em Cristo. A palavra é frequentemente evitada ou redefinida nas igrejas evangélicas porque se Deus  elegeu alguns (isto é, alguém em Cristo), então por implicação lógica outros não foram eleitos. Isto é, eles foram abandonados por Deus para perecer em seus pecados. Porque muitos cristãos professos não pensam que tal visão é democrática ou justa, eles viram essa passagem de cabeça pra baixo e ensinam que Deus escolhe somente os homens que primeiro o escolheram. Essa visão será considerada mais adiante.

Observe que a eleição é em Cristo. Os eleitos são escolhidos em Jesus. Todos escolhidos por Deus serão unidos ao Salvador (o cabeça federal e representante deles) e assim, receberão tudo merecido para eles pelo Mediador (regeneração, o dom do Espírito Santo, justificação, santificação definitiva, perseverança, glorificação). Assim, vemos que o fundamento último da nossa união federal com Cristo não é nossa fé em Jesus; antes, nossa fé no Salvador está em última análise fundamentada em nossa união federal com Cristo. Embora não sejamos justificados realmente até que nos apeguemos a Cristo pela fé no tempo e espaço, os dons da regeneração (Jo. 3:8; At. 11:18) e da fé (Ef. 2:8) não são concedidos por Cristo sem primeiro a eleição divina de pecadores  particulares.

Paulo então nos dá o tempo quando a eleição aconteceu. “Nos escolheu nele antes da fundação do mundo” (v. 4). Antes do tempo começar, antes mesmo do universo existir, na eternidade Deus escolheu aqueles que desejou salvar em Cristo. Essa declaração diz algumas coisas muito importantes com respeito ao plano de salvação de Deus. Vemos que tudo relacionado à salvação dos pecadores foi desenvolvido em detalhe exaustivo na mente de Deus antes mesmo do mundo existir. Não existe acaso no universo de Deus. Ele opera todas as coisas de acordo com o conselho de sua vontade. Nada que acontece pode ou tomará Deus de surpresa. O que isso tudo significa é que na salvação de pecadores particulares, os eleitos, não pode existir insucesso. A salvação deles é certa. Assim, a salvação é do Senhor (Jonas 2:9). Os cristãos não são salvos por algo que fizeram. Em última análise, eles não foram salvos por fazerem uma escolha; mas, porque Deus os escolheu. Em outras palavras, de acordo com seu grande amor e misericórdia ele nos salvou. Que evangelho bendito! Deus alcança e salva aqueles que não podem se salvar. 
Esse ensino é apoiado pelo versículo que diz que Deus “nos predestinou para ele, para a adoção de filhos [isto é, para ser parte de sua própria família],  por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade”. A palavra predestinou (grego,  proorisas) significa predeterminar ou determinar de antemão. No contexto, a palavra de antemão pode significar somente antes da fundação do mundo. A palavra predestinou repete a mesma idéia contida no versículo quatro: “[Ele] nos escolheu... antes da fundação do mundo”. Deus decidiu, antes da criação começar, exatamente quem faria parte do seu povo salvo. Portanto, o número dos eleitos foi escrito em granito antes de qualquer ser humano existir. Argumentar de outra forma é dizer que Deus não é soberano ou que Paulo, mesmo escrevendo sob inspiração divina, cometeu um engano. Tais idéias são obviamente anti-cristãs e demoníacas. 

A escolha, eleição ou predestinação de Deus daquelas pessoas que seriam salvas é dito ser “segundo o beneplácito de sua vontade” (v. 5).   Isso significa que a escolha de Deus dos eleitos não teve absolutamente nada a ver com algo fora dele mesmo. Ela não foi baseada numa fé prevista daqueles que escolheriam a Cristo, como John Wesley proclamou. Na realidade, ela não pode ser baseada no que o homem faz por que: (a) o homem está morto em delitos e pecados (Ef. 2:1), espiritualmente cego (1Co. 2:14), hostil a Deus (Rm. 8:6-8) e completamente incapaz de escolher o bem espiritual (Rm. 8:6-8; Jo. 15:5; Sl. 14:3). Portanto, Deus deveria tomar a iniciativa em salvar um povo para si mesmo e isso é exatamente o que ele fez quando escolheu um povo em Cristo.
Por que a eleição tem tudo a ver com o que Deus faz e de forma alguma é baseada sobre a iniciativa do homem, os teólogos se referem a ela como eleição incondicional. O fundamento da eleição é a vontade soberana de Deus, não a vontade ou escolha de homens que estão espiritualmente mortos e incapazes de crer em Cristo.

O propósito ou objetivo da eleição divina é “para sermos santos e irrepreensíveis perante ele” (v. 4). Comentaristas estão divididos sobre se a palavra santidade no versículo 4 é subjetiva e designa a santificação ou se é objetiva e se refere à justificação (isto é, a justiça perfeita de Deus imputada aos crentes). Se alguém crê que ela se refere à santificação, a palavra “irrepreensíveis” se referiria a uma perfeição sem pecado de uma pessoa na ressurreição final. Não importa qual interpretação alguém siga, uma coisa é clara como cristal: Eleição não é abrir a  possibilidade de salvação, mas é garantir seu cumprimento de fato. Eleição não torna a salvação possível, nem se encarrega somente de parte do caminho do homem para o céu; antes, ela conduz os pecadores durante todo o caminho para o paraíso, a fim de contemplarem a face de Deus. “A eleição não traz o pecador meramente à conversão; ela o leva à perfeição. Seu propósito é torná-lo santo – isto é, limpo de todo pecado e separado inteiramente para Deus e o seu serviço – e irrepreensível – isto é, sem qualquer mancha (Fp. 2:15), como um sacrifício perfeito”. A eleição é uma doutrina que glorifica a Deus, que deveria ser preciosa para todo cristão que crê na Bíblia.


Brian Schwertley


Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto



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